POLH/PLH no Oriente Médio, no Sudeste Asiático e na Europa – experiências e perspectivas.
Teoria do Fazer é um evento criado pelo Elo Europeu com o intuito de proporcionar espaços de interação e construção de conhecimento, além de sensibilizar e favorecer o fortalecimento da comunidade local com respeito ao ensino do português como língua de herança (POLH/PLH). Por esta razão, a Teoria do Fazer é um evento itinerante e busca atender às demandas de um contexto especifico.
Este ano, nos dias 18 a 21 de outubro, foi realizada o segundo Teoria do Fazer, na Academia Internacional de Dubai nos Emirados Árabes Unidos.
A Teoria do Fazer, defende a construção de novos conhecimentos a partir da inter-relação entre os estudos científicos na área e a prática pedagógica dos educadores de POLH/PLH. Por outro lado, também inclui as famílias como elemento essencial na transmissão da língua de herança e busca conhecer suas estratégias linguísticas para esta transmissão.
Sumário do evento
Quinta-feira, 18.10.18:
Este primeiro dia foi dedicado à abertura oficial do evento, feita pelo embaixador do Brasil nos Emirados Árabes Unidos, Dr. Fernando Luís Lemos Igreja, e seguida pela intervenção de Magaly Quadros, coordenadora da Hora do Conto de Dubai, Andrea Menescal e Maria José Maciel, cofundadoras do Elo Europeu, e Celina Mar, presidente do Conselho de Cidadãos de Dubai.
A abertura do evento foi antecedida por um encontro da Mala de Herança, em que dezenas de crianças e pais participaram do lançamento do livro “Pepa e Keka – Quem viu rimas por aí?” de Wiana Aguiar.
Sexta-feira, 19.10.18:
O segundo dia iniciou com Andréa Menescal, criadora da Mala de Herança, que realizou um importante trabalho de sensibilização sobre o papel dos pais e educadores de POLH/PLH, da importância do conhecimento compartilhado e do trabalho em equipe, que se fomenta na Teoria do Fazer. A sessão contou com a participação da escritora Déborah Calácia, que coordenou a criação de pequenos contos pessoais de POLH/PLH entre os participantes.
A pedagoga e educadora musical Mirella Alves, atualmente atuando em Cingapura, revelou, com sua oficina de musicalização infantil aplicada ao POLH/PLH, como realizar um verdadeiro resgaste cultural e linguístico de forma lúdica e criativa. Além de muito conhecimento transmitido, os participantes tiveram a oportunidade de voltar à infância com músicas e brincadeiras das mais variadas.
Sábado, 20.10.18:
O terceiro dia de atividades apresentou duas mesas temáticas: uma voltada à organização do ensino de POLH/PLH e outra voltada à prática. A primeira mesa, relacionada com a organização do trabalho pedagógico, iniciou com Jacqueline Senoi que, com muita experiência e empatia, contou sua experiência como mãe de dois brasileirinhos que cresceram fora do Brasil (Dubai e Zurique). Em sua apresentação, Jacqueline ressaltou a importância do planejamento familiar para a transmissão da língua de herança e destacou algumas dificuldades e estratégias que podem facilitar este trabalho. Rita Dorneles, da Associação Raízes (Suíça), falou sobre a heterogeneidade nas aulas e apresentou algumas estratégias para trabalhar com alunos de idades e proficiências distintas. Por fim, a professora e pesquisadora Juliana Azevedo Gomes, da Associação de Pais de Brasileirinhos na Catalunha (Espanha), apresentou estudos mais recentes sobre as necessidades dos falantes de herança e defendeu a competência comunicativa intercultural como elemento norteador na sistematização do trabalho pedagógico.
Na mesa temática 2, concedeu-se especial atenção à prática pedagógica. Em primeiro lugar, a prof. Miriam Müller, da Associação Brasileira de Educação e Cultura (Suíça), falou sobre a pedagogia de projetos e compartilhou diversas experiências realizadas com os alunos da organização. A seguir, a prof. Katia Fonseca, professora e diretora do “Brazilian Educational and Culture Centre” (Reino Unido), apresentou sua escola e diversas práticas pedagógicas que utilizam, inclusive festas e eventos que promovem a integração dos pais e a manutenção da entidade. Por fim, a professora Cristiana Lampert, da Bem-vindo Taalcentrum (Holanda), apresentou seu projeto sobre sabores e saberes, que vincula a gastronomia com o ensino de POLH/PLH.
Domingo, 21.10.18:
No último dia do evento, conhecemos a experiência das iniciativas da região, ocasião em que a colega Natalie Nassif relatou seu trabalho no Líbano, através do Centro Cultural Brasil-Líbano em Beirute, e Ruayda Rabah relatou seu rico trabalho na Palestina.
Além disso, e de forma muito especial, com bolo, brigadeiro e os quatro fundadores juntos, foram comemorados os cinco anos de organização Elo Europeu de Educadores de Português como Língua de Herança, que hoje conta com mais de 500 membros no Facebook e segue expandindo graças à sua união e ao seu trabalho.
Agradecemos aos coorganizadores do evento, a equipe da Hora do Conto em Dubai liderada por Magaly Quadros, que não somente nos acolheu, mas foi incansável em todos os detalhes, fazendo deste evento um verdadeiro sucesso.
Agradecemos também a todos os palestrantes e participantes que, juntos, fortaleceram ainda mais nossa causa.
O Elo Europeu de Educadores de POLH/PLH está feliz e orgulhoso por mais este trabalho conjunto com várias iniciativas.
Muito obrigado!
Os fundadores do Elo Europeu